Em 21 de janeiro, Kevin Mitnick comemorou dez anos de sua saída da prisão nos Estados Unidos. Nesse período, ele avalia que a motivação dos hackers mudou da curiosidade para a ganância. O agora consultor de segurança faz uma palestra hoje na Campus Party 2010.
Na prática, uma conversa de meia hora com Mitnick equivale a tudo que as empresas de segurança sempre disseram, mas que o usuário comum teima em não ouvir: sim, o Windows é inseguro como qualquer outro sistema operacional ("tudo tem bugs", afirma), mas o maior número de pessoas usando aumenta o interesse sobre ele; e que existe um grande interesse financeiro sobre o cibercrime na atualidade.
"As pessoas não se importam com segurança, querem tudo pronto. A segurança tem que estar integrada ao software e ao hardware para reduzir os ataques", comenta Mitnick. "Nos Estados Unidos, se um cartão de crédito é roubado, a companhia não cobra isso do usuário. Mas pode ser uma perda de tempo para o consumidor em qualquer outro lugar do mundo, quem ele vai culpar por uma atividade que ele não fez no seu cartão?", explica. "O fator humano ainda persiste na segurança".
Sobre o que mudou nos últimos dez anos, Mitnick é pragmático. "Hackers, na minha época, eram apenas indivíduos interessados em roubar o fruto proibido. Hoje é tudo sobre dinheiro. Existe um mercado de venda de exploits e vulnerabilidades, o crime organizado está envolvido. Se antes era diversão, agora é pela grana mesmo", diz.
"A grande diferença é que hoje eu ainda sou um hacker, mas sou pago para fornecer serviços de segurança", conclui. Para o consultor, o futuro do cibercrime vai continuar sendo o interesse financeiro.
E o que o ex-hacker mais famoso do mundo usa? Máquinas virtuais no computador para aumentar a proteção, nunca o navegador Internet Explorer, sempre o Mozilla Firefox. Apesar de não ter feito uma apresentação formal, Mitnick estava com um MacBook a tiracolo.
Fonte: Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário